domingo, 29 de abril de 2012

José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita – Antífona de Nossa Senhora


José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita – Antífona de Nossa Senhora
                Já sabemos a enorme importância do ciclo do ouro no período colonial brasileiro. Nesse período desenvolveu-se um centro urbano rapidamente e a produção musical estava em alta, e não podemos deixar de citar José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita, considerado o maior músico mineiro do século XVIII. (MARIZ, p.41)
            A presença da música profana na obra de Mesquita é desconhecida, provavelmente sua obra é constituída apenas por músicas sacras. A Antífona de Nossa Senhora (Salve Regina), considerada por muitos como a mais bela criação do músico, foi composta em 1787, no período de apogeu artístico em Minas Gerais. A obra tem um caráter espiritual muito forte e “a alternância de vozes masculino-feminina produz um efeito musical e dramático esplêndido”.
            Paulo Roberto Candido dos Santos chega a comparar esta obra com as Cantatas de Bach. Exagero ou não, o fato é que a obra apresenta muitas riquezas e nós brasileiros não podemos deixar de conhecê-la. Ele também explica um pouco sobre a obra:
A Salve Regina, uma das mais fantásticas obras de música sacra já escrita merece um comentário à parte. Inicia com a orquestra contida, em acordes brandos e solenes. O tenor inicia uma frase extremamente melódica, seguida pelo coro masculino, em uma variação do tema inicial. Quando o coro feminino emerge cantando Salve Regina, Mater misericordiae, o ouvinte se rende a uma música de introspecção de tal magnitude que é impossível de ser descrita. Deve ser observada a majestade do baixo a conduzir a música e das cordas, quase que parando, oferecendo um clima bastante contemplativo, quase em oração. A melhor maneira de julgar esta peça magnífica é ouvi-la muitas vezes. Esta obra prima rivaliza com qualquer Cantata de Bach, sem nenhum exagero.



            Convido todos os músicos a ouvir novamente essa que é uma das mais belas obras compostas no Brasil. Abaixo o link de acesso para o vídeo:

Referências.
MARIZ, Vasco. História da Música no Brasil. 6ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005.
SANTOS, Paulo Roberto Candido. Lobo de Mesquita. O Bach das Alterosas. Disponível em: www.feedbooks.com/userbook/10646.pdf, Acesso em: 28 de abril de 2012.

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